terça-feira, 30 de outubro de 2012

A Abordagem Mediterrânea




A exposição “A Abordagem Mediterrânea” reúne obras de 14 artistas que vão desde fotografias e esculturas até produções audiovisuais. O que une todos esses artistas em uma única exposição é simplesmente o fato de todos eles serem de países do Mediterrâneo ( sul da Europa e Norte da África).


            Quando comecei a pesquisar sobre qual exposição ir, procurei com mais ênfase alguma com foco em fotografia. Essa sempre foi minha paixão, e nunca tive dúvidas sobre que tipo de exposição eu queria ir. Então encontrei na internet “A Abordagem Mediterrânea”, no SESC Pinheiros. Nunca havia ido no SESC, e tinha uma imagem diferente em minha cabeça.  Imaginava que seria um lugar feio, desgastado, sem organização. Mas ao chegar me deparo com um prédio extremamente bonito, com arquitetura moderna, e que me chamou muita atenção.
            Ao entrar na exposição me deparo com um ambiente completamente organizado, com uma iluminação que dá uma sensação de calma. A exposição tem como objetivo mostrar a visão de mundo de artistas do Mediterrâneo, sendo mostradas através de diversas maneiras.
            Uma obra que me chamou muito atenção foi uma produção audiovisual de Faouzi Bensaid, chamada “Le Mur. O artista criou um vídeo de cerca de 10 minutos, que mostra um muro. Simples assim. Se utilizando de um único enquadramento com câmera fixa, o artista filmou simplesmente um muro em uma cidade marroquina. E durante o curta, aparecem na frente do muro pessoas correndo atrás de galinhas, homens correndo, famílias andando.

Foto de uma sala de exibição do curta "Le Mur" de Faouzi Bensaid
Não é no SESC essa foto.












Na exposição tem diversos outros curtas, como “O Mar”, de Ange Leccia, que mostrava o mar sendo filmado de cima, com as espumas das ondas fazendo desenhos sobre a tela, mas nenhum deles me chamou muito a atenção.

Então resolvi dar mais atenção para a parte da exposição que eu tanto esperava: as fotografias. Comecei pela série de 6 fotos, intituladas “O Céu”, de Marie Bovo. Em todas as fotos, o artista resolveu mostrar o céu de uma visão de pátios de prédios antigos.  Usando a técnica de deixar o obturador bastante tempo aberto, dando assim um efeito de cor muito mais forte para o céu ( principalmente anoite, quando fica com um azul mais claro). Com um uso de grande angular, que dá um efeito de profundidade maior, nos sentimos meio que engolidos pelos prédios, presos de certo modo.  E observando as roupas penduradas no varal, pensamos que pessoas vivem lá, e provavelmente tem essa sensação todos os dias.



Pátio Interno "O Céu"de Marie Bovo
Ilfochrome sobre alumínio 120 x 152 cm cada 

















Mas com certeza, em toda a exposição, a obra que mais me chamou a atenção foi a série de 57 fotografias “Anjos de Veneza”(Angels of Venice). Me chamou muito a atenção pela qualidade técnica, exposição, enquadramento e principalmente pela ideia que queria passar. Em todas as fotos, apareciam pessoas, em diversas posições e lugares, mas todas tinham um livro aberto preso em suas costas. Então parei para pensar, os livros pareciam asas. Bastou isso para me encantar, juntar duas coisas que venero em um único lugar: fotografia e literatura. O que eu pelo menos penso que o autor quis motrar é que o livro liberta, nos leva para qualquer lugar do mundo independente de onde nós estejamos. E depois analisando o título da obra pensei em mais uma coisa: O Livro nos eleva à outro estado, como anjos. E ele não podia ter conseguido passar essa mensagem de maneira mais bonita, do que através da fotografia.


"Anjos de Veneza", 2011, Peter Wuthrich
Série de 57 fotografias, molduras de madeira
Dimensões diversas











E a última obra que me chamou atenção foram as 6 esculturas de David Casini chamadas “Il Ritorno dell’ lllogica Abitudine” ( Costumo Ilógico). Olhando de longe pareciam apenas 4 pequenas maquetes de prédios, mas ao me aproximar eu vi que elas foram construídas sobre esqueletos de coral. Então fui ler a placa e entendi o que o autor queria transmitir. Eram prédios abandonados ou irregulares, e o fato de eles estarem sobre esqueletos de coral simbolizava os violentos impactos sociais e ambientais sofridos pela sociedade mediterrânea. Ou seja ele mostrou em uma obra aparentemente simples uma questão social e ambiental.

"Costume Ilógico", 2011, David Casini
Resina, corais, madeira e vidro
Dimensões diversas
Vista da instalação no Palazzo Zenobio, Veneza











No geral foi uma exposição muito interessante, com obras que me suprienderam e fizeram eu sair do SESC completamente satisfeito.

LOCAL: SESC Pinheiros
Endereço: Rua Pais Leme, 195 – Pinheiros – São Paulo
Quando: 13 de Janeiro de 2013
Horário: Terça a sexta, 10h às 22h; sábado, domingo e feriados, 10h às 19h.
Preço: Grátis

Eduardo Freire
  

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