A exposição “A Abordagem Mediterrânea” reúne obras de 14
artistas que vão desde fotografias e esculturas até produções audiovisuais. O
que une todos esses artistas em uma única exposição é simplesmente o fato de
todos eles serem de países do Mediterrâneo ( sul da Europa e Norte da África).
Quando
comecei a pesquisar sobre qual exposição ir, procurei com mais ênfase alguma
com foco em fotografia. Essa sempre foi minha paixão, e nunca tive dúvidas
sobre que tipo de exposição eu queria ir. Então encontrei na internet “A
Abordagem Mediterrânea”, no SESC Pinheiros. Nunca havia ido no SESC, e tinha
uma imagem diferente em minha cabeça.
Imaginava que seria um lugar feio, desgastado, sem organização. Mas ao
chegar me deparo com um prédio extremamente bonito, com arquitetura moderna, e
que me chamou muita atenção.
Ao entrar
na exposição me deparo com um ambiente completamente organizado, com uma
iluminação que dá uma sensação de calma. A exposição tem como objetivo mostrar
a visão de mundo de artistas do Mediterrâneo, sendo mostradas através de
diversas maneiras.
Uma obra
que me chamou muito atenção foi uma produção audiovisual de Faouzi Bensaid,
chamada “Le Mur. O artista criou um vídeo de cerca de 10 minutos, que mostra um
muro. Simples assim. Se utilizando de um único enquadramento com câmera fixa, o
artista filmou simplesmente um muro em uma cidade marroquina. E durante o
curta, aparecem na frente do muro pessoas correndo atrás de galinhas, homens
correndo, famílias andando.
Foto de uma sala de exibição do curta "Le Mur" de Faouzi Bensaid
Não é no SESC essa foto.
Na exposição tem diversos outros curtas, como “O Mar”, de
Ange Leccia, que mostrava o mar sendo filmado de cima, com as espumas das ondas
fazendo desenhos sobre a tela, mas nenhum deles me chamou muito a atenção.
Então resolvi dar mais atenção para a parte da exposição que
eu tanto esperava: as fotografias. Comecei pela série de 6 fotos, intituladas
“O Céu”, de Marie Bovo. Em todas as fotos, o artista resolveu mostrar o céu de
uma visão de pátios de prédios antigos.
Usando a técnica de deixar o obturador bastante tempo aberto, dando
assim um efeito de cor muito mais forte para o céu ( principalmente anoite,
quando fica com um azul mais claro). Com um uso de grande angular, que dá um
efeito de profundidade maior, nos sentimos meio que engolidos pelos prédios,
presos de certo modo. E observando as
roupas penduradas no varal, pensamos que pessoas vivem lá, e provavelmente tem
essa sensação todos os dias.
Mas com certeza, em toda a exposição, a obra que mais me
chamou a atenção foi a série de 57 fotografias “Anjos de Veneza”(Angels of
Venice). Me chamou muito a atenção pela qualidade técnica, exposição,
enquadramento e principalmente pela ideia que queria passar. Em todas as fotos,
apareciam pessoas, em diversas posições e lugares, mas todas tinham um livro
aberto preso em suas costas. Então parei para pensar, os livros pareciam asas.
Bastou isso para me encantar, juntar duas coisas que venero em um único lugar:
fotografia e literatura. O que eu pelo menos penso que o autor quis motrar é
que o livro liberta, nos leva para qualquer lugar do mundo independente de onde
nós estejamos. E depois analisando o título da obra pensei em mais uma coisa: O
Livro nos eleva à outro estado, como anjos. E ele não podia ter conseguido
passar essa mensagem de maneira mais bonita, do que através da fotografia.
"Anjos de Veneza", 2011, Peter Wuthrich
Série de 57 fotografias, molduras de madeira
Dimensões diversas
E a última obra que me chamou atenção foram as 6 esculturas
de David Casini chamadas “Il Ritorno dell’ lllogica Abitudine” ( Costumo
Ilógico). Olhando de longe pareciam apenas 4 pequenas maquetes de prédios, mas
ao me aproximar eu vi que elas foram construídas sobre esqueletos de coral.
Então fui ler a placa e entendi o que o autor queria transmitir. Eram prédios
abandonados ou irregulares, e o fato de eles estarem sobre esqueletos de coral
simbolizava os violentos impactos sociais e ambientais sofridos pela sociedade
mediterrânea. Ou seja ele mostrou em uma obra aparentemente simples uma questão
social e ambiental.
"Costume Ilógico", 2011, David Casini
Resina, corais, madeira e vidro
Dimensões diversas
Vista da instalação no Palazzo Zenobio, Veneza
No geral foi uma exposição muito interessante, com obras que
me suprienderam e fizeram eu sair do SESC completamente satisfeito.
LOCAL: SESC Pinheiros
Endereço: Rua Pais Leme, 195 – Pinheiros – São Paulo
Quando: 13 de Janeiro de 2013
Horário: Terça a sexta,
10h às 22h; sábado, domingo e feriados, 10h às 19h.
Preço: Grátis
Eduardo Freire
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