A exposição “Luz, cedro e pedra”, no
Instituto Moreira Salles, em Higienópolis, abrange diversas fotografias de Horacio Coppola das
esculturas de Aleijadinho. Ela está aberta desde julho e continuará até
novembro, com entrada franca. Por estar ao lado da faculdade FAAP, ter um
ambiente agradável em frente ao parque Buenos Aires e ser de graça, não vejo
desculpa para não conferir.
Admito que tive receio de ser apenas
registros das obras de Aleijadinho. Engano meu. Uma experiência visual e histórica, a
exposição compreende quatro salas com belas fotografias em preto e branco,
tiradas em 1945 em Ouro Preto nas Igrejas da Inconfidência, São Francisco de
Assis, entre outras. Além disso, Lorenzo Varela
participa com quatro singelas poesias. Na entrada, o curador Luciano
Migliaccio já avisa: “fotografar esculturas é uma questão de pontos de vista” e
percebe-se o preparo e domínio técnico desse estudo de Horacio Coppola
(1906-2012), que deixou um caderno com todas as anotações dos detalhes e
informações de cada fotografia tirada. Sendo assim, ao invés de apenas
registrar as obras, percebe-se uma construção a partir dela e uma discussão
sobre serem também obras de arte.
A dita “renovada experiência emotiva do
espaço”, segundo o curador, começou na primeira sala, com imagens de Cristo
parecendo retratos, como um book profissional, com o fundo sempre preto ou
branco. Uma abordagem que admito nunca ter visto antes em relação às esculturas
nem à religião. A segunda sala, obras de diversos homens me chamaram atenção
pelas expressões e pelo jogo de luz e sombra. O relevo das pedras de
Aleijadinho dá uma impressão seca e intensa às obras. A terceira sala agrupa detalhes das fachadas das Igrejas e depois uma
panorâmica da mesma. Curioso como o sentido que escolhi andar pela sala me fez
ver o micro antes e procurá-lo perante o macro - difícil exercício, eu diria.
Talvez uma provocação do autor para mostrar seu olhar da obra de Aleijadinho,
provando que suas fotografias são diferentes do que ver as esculturas
pessoalmente e, quem sabe, criando obras de arte.
Mas a sala que mais me impressionou foi
a última, em que a mesma escultura é fotografada de mais de um ângulo. Seja
pelo corte ou pela abordagem, o fato é que são fotos completamente diferentes.
Por exemplo, três fotos de um telamão: uma tirada de baixo, carregada de certa
superioridade; uma de frente, com o qual o olhar do homem para baixo aparenta
ser demonstração de submissão; uma terceira, ainda, em diagonal meio de lado,
mostra a concentração desse olhar e a força de seus braços.
O contraste é algo presente em todas as
obras, seja pelos opostos das cores preto e branco, pelo jogo de micro e macro
ou ainda pelos pontos de vista diversos sobre uma mesma obra. Além disso, as
linhas e a arquitetura das Igrejas de Ouro Preto complementam as fotografias,
não sendo mero registro de Aleijadinho. Um ar gráfico por meio de ângulos e
cortes provam que o conjunto da exposição são verdadeiras obras de arte. Um
estudo de luz, relevo e expressão.
Por Keryma C. Lourenço
saiba mais em: http://ims.uol.com.br/Programacao/D1053
Exposição: de 18 de julho a 11 de novembro 2012
De terça a sexta, das 13h às 19h
Sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h
Entrada franca
Classificação livre
Instituto Moreira Salles – São Paulo
Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis
Tel.: (11) 3825-2560
Exposição: de 18 de julho a 11 de novembro 2012
De terça a sexta, das 13h às 19h
Sábados, domingos e feriados, das 13h às 18h
Entrada franca
Classificação livre
Instituto Moreira Salles – São Paulo
Rua Piauí, 844, 1º andar, Higienópolis
Tel.: (11) 3825-2560
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