de Nina Faccio
Exposição reúne 18 obras inéditas, que mostram a visão do
artista sobre a dicotomia “claro/escuro”, traduzindo o diálogo da estética
entre o Oriente e o Ocidente.
O artista plástico Takashi Fukushima, um dos mais
expressivos representantes do grupo de artistas nipo-brasileiros, volta à cena
com a exposição individual “Luz e Sombra”, na AC Galeria de Arte (Rua José Maria
Lisboa, 1008, Jardins, São Paulo).
A exposição reúne 18 obras feitas com técnica de
nanquim sobre papel, acrílica sobre tela, grafite e nanquim sobre papel e
acrílica sobre madeira, que mostram a visão do artista sobre a estética
oriental, com a qual se identifica, em justaposição ao que ele chama de seu
“estar” no mundo ocidental. Natural
de São Paulo, Takashi Fukushima conserva forte ligação com a cultura japonesa,
onde nasceu e viveu seu pai, o também artista plástico Tikashi Fukushima.
Arquiteto e mestre em estruturas ambientais urbanas
pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP),
Takashi Fukushima é professor de desenho e expressão na própria FAU e também no
curso de arquitetura e urbanismo da Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Mas
é nas artes plásticas que ele - pintor, gravador, desenhista
e cenógrafo - encontra o prazer da expressão. Desde 1969, quando participou do
13º Salão de Artes Plásticas do Grupo Seibi, na Sociedade Brasileira de Cultura
Japonesa, até agora, foram mais de uma centena de exposições individuais e
coletivas, no Brasil e no Exterior, colecionando prêmios Atepesp, Mambembe,
Molière e APCA.
A ideia de fazer “Luz e Sombra” nasceu há muitos
anos, enquanto lia o livro El elogio de
la sombra, de Junichiro Tanizaki, referenciando-a, principalmente, à
arquitetura residencial e à arte japonesa. “A iluminação e a luz elétrica
provocaram mudanças radicais no cotidiano da vida no Japão, desde o início do
século 20. O ensaio de Tanizaki, de 1933, é uma reflexão sobre as
transformações ocorridas na cultura local. Ele reflete sobre o excesso de
iluminação e diz que os japoneses creem na beleza advinda das sombras”, explica
Takashi Fukushima, acrescentando: “Não há sombra sem a luz”.
Takashi faz parte dos artistas da geração de
1960/1970, que tem um padrão de trabalho consistente, altamente técnico e, ao
mesmo tempo, inspirador. Depois das suas series: Mato, mar e planetas, ele entra nesse novo tema, luz e sombra.
Como ja antes admiradora do trabalho do artista, recomendo muito a visita a exposição.
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